Como fundamentar seus argumentos para buscar investimentos em Qualidade de Software?

Vamos ao 1º post de 2015! 🙂

Na maioria das vezes quando nos deparamos com o desafio de estruturar um processo de desenvolvimento de software que contemple teste de software. Ficamos preocupados em justificar o investimento na área, coletamos métricas da situação atual para nos embasarmos e projetamos os objetivos que seriam alcançados, caso a empresa tivesse um processo definido, por simples que fosse. Dependendo da empresa, principalmente da visão de Qualidade de Software que seus gestores possuem, pode ser algo que se faça com uma maior facilidade.

Entretanto, se os gestores possuírem uma visão mais ortodoxa (por diversas razões), esta atividade poderá se tornar um trabalho árduo, uma vez que será necessário utilizar outras formas para justificar tal investimento. Quando isso ocorre, algumas perguntas poderão surgir, tais como: o que podemos fazer? Para que lado eu vou? Quem poderá me mostrar o “caminho das pedras”? Se subíssemos um ou mais níveis para analisarmos a organização como um todo, veríamos que não seria apenas definir um processo de desenvolvimento e implantá-lo.

Contextualizando…

Atualmente, grande parte dos negócios não conseguem se manter sem a tecnologia. Com isso, a tecnologia tornou-se parte indispensável para as transações das organizações. Além disso, o mercado está cada vez mais competitivo, onde ter um produto com qualidade traz para a imagem da empresa a confiança de seus clientes, o que faz aumentar seu faturamento. A partir da implantação da Governança de TI na organização, é possível identificar como pode ser feita a medição do desempenho da TI através do ponto de vista da Qualidade de Software, uma vez que irá auxiliar no processo de tomada de decisão na gestão da TI, utilizando como base os níveis de maturidade do framework CobiT.

Governança de TI

A Governança de TI busca o compartilhamento de decisões de TI com os demais dirigentes da organização, assim como estabelece as regras, a organização e os processos que darão um rumo para o uso da tecnologia da informação pelos usuários, departamentos, divisões, negócios da organização, fornecedores e clientes, determinando como a TI deve prover os serviços para a
empresa. A Governança de TI vai muito além do que simplesmente implementar modelos de melhores práticas. Diante disso, a Governança de TI possui os seguintes papéis:
* Garantir o alinhamento da TI ao negócio, em suas estratégias e objetivos, tanto em relação às aplicações como à infraestrutura de serviços de TI;
* Garantir a continuidade do negócio contra interrupções e falhas;
* Garantir o alinhamento da TI aos marcos de regulação externos como Sarbanes-Oxley, Basiléia II e outras normas e resoluções.
Seu objetivo principal é alinhar a TI aos requisitos de negócio, onde está baseado na continuidade do negócio, no atendimento das estratégias e no atendimento dos marcos externos de regulamentação. O ciclo de vida da Governança de TI é composto por 4 etapas:

Etapas do Ciclo de Vida da Governança de TI

Podemos destacar alguns dos principais modelos de melhores práticas para implantação da Governança de TI. Os mais conhecidos são: CobiT, CMMI, ITIL, ISO/IEC 27001 e ISO/IEC 27002, Modelos ISO, PMBOK, BSC e Seis Sigma.

Framework CobiT 

O CobiT (Control Objectives for Information and related Technology) possui padrões internacionais técnicos, profissionais, regulatórios e específicos para controle dos processos de TI. Tem como principal objetivo auxiliar no êxito da entrega de produtos e serviços de TI, baseando-se nas necessidades do negócio da organização com objetivo de controle.
Seus pilares estão fundamentados em 5 áreas-foco: Alinhamento Estratégico, Agregação de Valor, Gerenciamento de Recursos, Gerenciamento de Riscos e Medição do Desempenho. O modelo está estruturado em 4 domínios: Planejamento e Organização, Aquisição e Implementação, Entrega e Suporte e Monitoração e Avaliação. Cada domínio dá cobertura a um conjunto de processos, para que se possa garantir a gestão da TI, onde ao todo totalizam 34 processos. Além disso, o CobiT possibilita utilizar como matriz o ciclo tradicional de melhoria contínua (ciclo PDCA).

Qualidade de Software

É um processo sistemático que focaliza todas as etapas e artefatos produzidos com o objetivo de garantir a conformidade de processos e produtos, prevenindo e eliminando defeitos. O produto final do processo de desenvolvimento é exatamente o somatório de todas as decisões e realizações geradas durante todo o ciclo de desenvolvimento. Se for desejado produzir software com alta qualidade, será necessário investir em qualidade em todos os pontos do processo.

Seja método tradicional ou incremental, a disciplina de Teste de Software dará suporte ao processo de desenvolvimento estruturado, assim como a adoção de ferramentas para auxiliar na realização das atividades. Estas informações deverão constar no Portfólio de TI, que faz parte do Plano de TI.

Conclusão

Independente da escolha do modelo de qualidade de software mais adequado ao negócio, a melhoria do processo deve ser uma preocupação constante para empresas que desenvolvem aplicações, pois cada vez mais o mercado exige qualidade dos produtos por eles contratados. As empresas que tiverem a capacidade de integrar, equalizar e catalisar seus processos de desenvolvimento e, principalmente, dar manutenção nos produtos de forma mais efetiva e mais agilidade obterá supremacia diante dos seus concorrentes.

Este ponto de vista traz argumentos que vão além do famoso ROI, que nada mais é do que Retorno sob o Investimento. Muitas vezes, esta métrica pode ser um pouco complicada de ser mensurada, principalmente quanto aos seus benefícios.

Aqui vale o gancho do CobiT… ciclo PDCA! Acredito fortemente que um processo de desenvolvimento de software tenha que ser algo relativamente simples, mas efetivo, e que as pessoas vejam valor nele. Como fazer isso? Eliminando os desperdícios… mas isso é assunto para outro post! 😉

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